PROJETO ESCRAVO, NEM PENSAR NA E.E. TARSILA DO AMARAL MOBILIZA A COMUNIDADE CONTRA O TRABALHO ESCRAVO
As coordenadoras Nelba e Danúbia e a diretora Liliane ficaram felizes
A E.E. Tarsila do Amaral fez no último dia onze de novembro de dois mil e vinte e dois a culminância do Projeto: “Escravo nem pensar!” Esse projeto é uma parceria da Ong Reporter Brasil com o governo de Mato Grosso. A escola trabalhou durante um bimestre em todas as disciplinas. Os professores e alunos produziram materiais para a mostra com a comunidade, com a finalidade de refletir sobre o tema, conscientizando sobre o risco de pessoas serem aliciadas para trabalho escravo. Essa atividade foi desenvolvida por 30 professores para 508 alunos. Também participaram os funcionários da escola na organização do ambiente e a escola contou com o auxílio da Assessora Pedagógica Tadna Rios, que passou orientações sobre o projeto. Mais de 400 pessoas visitaram o evento a noite. Na oportunidade, foram feitas três salas com apresentação de trabalhos de alunos, sendo uma sala de arte, que expôs o trabalho infantil e alguns trabalhos de alunos. Outra de ciências, que expôs trabalhos de ciências sobre o universo e células e experimentos químicos e uma de Educação Física, que expôs vídeos produzidos pelos alunos sobre saúde.
Todos os professores trabalharam com os alunos fazendo cartazes, assistindo vídeos da Biblioteca ENP (Escravo, nem pensar). O filme “Pureza”, que retrata bem o trabalho escravo rural e como acontece o aliciamento para que imigrantes caiam em situação de escravidão, foi passado para as turmas do 4º ao 9º ano. Os alunos do 4º ano B da professora Eloneide, representaram o filme na forma de um teatro para o evento. Também esta turma apresentou uma coreografia com a música “Ilê Perola Negra, que representa a mulher negra e apresentou poesias junto com os alunos do 4 ano A, da professora Elizangela. Os alunos do 1º ano A e B, das professoras Lenira e Anadir, apresentaram a Música “Vendedor de Amendoim”, representando o trabalho escravo infantil. Os alunos do 3º ano A e B, das professoras Cyntia e Rosimar Apresentaram a música “Vida de Negro” com coreografia de capoeira, relembrando a escravidão dos negros africanos. E os alunos do 5º ano B, do professor Alexandre, apresentaram uma paródia da Música “Tô nem ai” retratando a escravidão contemporânea.
Os alunos do 6º ao 9º ano fizeram estudos e promoveram debates e palestras e produziram cartazes sobre mulheres que caem na conversa de aliciadores e são traficadas e/ou no aliciamento de pessoas para trabalhar com o tráfico de drogas. Foram feitas leituras sobre os livros e artigos sobre a escravidão de mulheres para a prostituição, trabalho escravo rural e urbano, trabalho infantil, e a escravidão de pessoas imigrantes para trabalhar em lavouras, em garimpos e pedreiras. Também o Advogado Aramadson fez uma palestra sobre o tema trabalho infantil, explicando aos alunos seus direitos e o que eles podem fazer conforme a idade, em trabalho menor aprendiz nas empresas.
Os alunos do grêmio se fizeram presentes o dia inteiro, auxiliando a decoração dos ambientes. Vários alunos passaram o dia na escola finalizando os trabalhos que foram apresentados e ensaiando. A gestão contribuiu com os professores organizando o evento e convidando a comunidade. Foi para todos um momento muito importante, pois assim levamos o tema a ser pensado por todos os presentes que entenderam como a escravidão contemporânea está entre nós, no cotidiano de forma presente em cada infração dos direitos trabalhistas. A importância desse trabalho é preparar a futura geração a não cair em situação de vulnerabilidade, fortalecendo o senso crítico e a conscientização sobre os direitos como trabalhadores e a não cair em conversas de aliciadores.
A bibliotecária Elemi disse que participou da decoração do evento e que ficou muito admirada de ver a empolgação e compromisso dos alunos ajudando a confeccionar a decoração e organizando os ambientes. É nestes momentos que ela se sente empolgada em trabalhar na escola, mesmo estando em desvio de função, disse ela.
A funcionária Marcela, técnica da secretaria disse que escutou muitos elogios dos pais pela apresentação do projeto e decoração e que ouviu alguns pais dizendo que deveria ter mais eventos assim na escola.
As coordenadoras Nelba e Danúbia e a diretora Liliane ficaram felizes por ver a primeira ação do grêmio assumindo o protagonismo estudantil na escola, e agradece a influência que estão tendo em passar coisas boas para os estudantes, como o compromisso com as atividades da escola.
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