Pela 4º vez, o garimpo em Pontes e Lacerda é invadido; PM já monitora
O garimpo da Serra do Caldeirão passou por três desocupações por determinação da Justiça Federal
Cerca de 600 pessoas voltaram a invadir a Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda (a 457 km de Cuiabá) há pelo menos duas semanas. Essa é a quarta vez que a região é invadida. Agora, segundo o comandante Regional da Polícia Militar de Pontes e Lacerda, tenente coronel José Augusto Chaves, em sua maioria são moradores da região que começaram ocupar o local no dia 20 de fevereiro.
‘’ As pessoas começaram o processo por conta própria, não é uma invasão organizada. Em sua maioria são pessoas daqui da região mesmo, bem poucos de outros estados. Tem gente de Rondônia, mas eles reclamado que não estão conseguindo achar ouro. Os grupos dizem que estão trabalhando muito e não estão tendo retorno’’, explica o comandante.
O comandante da PM ainda explica que esta invasão é diferentes das anteriores, pois na primeira a descoberta de jazidas de ouro na serra da Borda movimentou a pacata cidade de Pontes e Lacerda. A notícia se espalhou e muitos 'aventureiros', como foram chamados pelos moradores da cidade na época, já que muitos não eram garimpeiros profissionais, migraram para a região em busca de ouro.
"A primeira invasão foi mais de moradores da cidade. Depois, veio uma segunda leva, na qual já havia a presença de delinquentes e uso de armas, mas dentro do garimpo. A terceira vez o perfil foi outro, eram marginais fortemente armados. Desta vez são moradores de forma desorganizada, é como se fosse mais uma ocupação, disse. Além disso, informou ainda que não houve nenhum registro de ocorrência.
Conforme a PM, na terceira invasão, final de dezembro, os criminosos expulsaram os seguranças da mineradora que recebeu autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para fazer estudos sobre a produção de ouro. Policiais chegaram a ir ao local para retirar esses seguranças, mas foram recebidos a tiros pelos bandidos. Apesar do incidente, ninguém ficou ferido.
A secretaria estadual de Segurança Publica (Sesp) confirmou que é a quarta invasão no local e explicou que a força policial permaneceu no local, desde a desocupação no dia 24 de janeiro até o dia 19 de fevereiro. O titular da pasta Rogers Jarbas que está em viagem a Porto Alegre do Norte relatou que já foi pedido ao Ministério da Justiça a permanência da Força Nacional no local, mas ainda não obteve uma resposta.
Na segunda (06), Rogers Jarbas irá se reunir com as forças policiais para avaliar a situação. ‘’ É necessário que seguranças federais assumam o patrulhamento da área’’, disse.
Histórico
A primeira invasão ao garimpo ocorreu em meados de setembro de 2015, com a presença de milhares de pessoas. Naquele mesmo ano, a Justiça Federal mandou, por duas vezes, que a área fosse desocupada e isolada porque a exploração de ouro estava sendo feita sem a autorização do DNPM.
A área foi desocupada numa ação integrada entre Força Nacional, Exército, PF, PRF e polícias Civil e Militar, mas voltou a ser invadida.
Em julho passado, 20 garimpeiros foram presos durante operação da Polícia Militar para desocupar a área. As 20 pessoas detidas foram encaminhadas para a Delegacia da Polícia Civil daquela cidade e foram autuadas por extração ilegal de minério. Segundo a Polícia Civil, foram detidos 17 homens, duas mulheres e um adolescente.
Em dezembro do ano passado um grupo fortemente armado invadiu a área de garimpo ilegal e rendeu oito seguranças de uma empresa mineradora,
Garimpo e desocupação
O garimpo da Serra do Caldeirão passou por três desocupações por determinação da Justiça Federal, que mandou que as pessoas que estavam explorando o local ilegalmente fossem retiradas e, a área, isolada. A região começou a ser invadida em setembro de 2015 e chegou a reunir milhares de pessoas de várias partes do país em busca de ouro.
Em março de 2016, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) concedeu dois alvarás com duração de três anos para duas mineradoras que apresentaram requerimentos de pesquisa mineral na área em 1991 e 2000. Os alvarás abrangem 7.385 hectares entre Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km da Capital.
Colniza Notícias/RD NEWS
O que achou? ... comente