Celas nos presídios de MT não terão mais tomadas de energia elétrica
A informação ao VG é do supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário de Mato Grosso
O ‘salve’ de facções criminosas, que estava prometido para ocorrer em Cuiabá e Várzea Grande, na noite de 14 de agosto, foi desarticulado devido à operação ocorrida dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), por conta da energia elétrica ter sido desligada durante três dias. A informação ao VG é do supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário de Mato Grosso (GMF), desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando Perri.
Com a falta de energia elétrica, revelou o desembargador, os líderes das facções que se encontram presos não conseguiram emitir as ordens para que a ação fosse realizada. “O diretor desligou a energia no domingo, após as visitas, e esperou três dias para acabar a bateria dos celulares, para que os líderes das facções criminosas não pudessem se comunicar e não houvesse o ‘salve’ aqui fora”, declarou Orlando Perri.
Segundo Perri, a Secretaria de Segurança Pública do Estado tinha receio de que, com o ‘salve’ houvesse o mesmo que ocorreu em Fortaleza/CE, onde ônibus foram incendiados no início do ano.
Ainda, segundo ele, com essa ação por parte dos agentes penitenciários, o índice de criminalidade em todo o Estado caiu consideravelmente. “Para se ter uma ideia, depois dessa operação nós tivemos sete homicídios no Estado, quando nós tínhamos 20 ou 30”, completa.
A intenção do Judiciário é que os integrantes de facções criminosas sejam transferidos para presídios de segurança máxima. Além disso, segundo ele, tomadas já estão sendo retiradas das celas, com o objetivo de cortar a comunicação. “Nós vamos sim oferecer maiores conforto aos nossos reeducandos, melhorar as condições, dando mais arejamento, colocando ventiladores climatizados, mas vamos tirar todas as tomadas”, declara o supervisor do GMF.
O desembargador disse, ainda, acreditar que o tratamento para usuários de drogas precisa ser implantado dentro das unidades prisionais, considerando que “70% das pessoas envolvidas em crime de violência contra a mulher têm problemas com drogas e se dizem dependentes”, completa. Por conta disso, ele acredita que a assistência voltada para essa questão deve começar ainda dentro do presídio.
Assim, Orlando Perri diz que para que os números de violência em Mato Grosso sejam reduzidos, é necessário que haja uma mudança, inicialmente, no sistema carcerário do Estado. De acordo com ele, o responsável pela alta taxa de criminalidade não é, em si, o sistema prisional, e sim, a segurança pública.
Por: Edina Araújo & Sarah Mendes/VG Notícias
O que achou? ... comente