Agricultura de Mato Grosso evolui, mas ainda falta mão-de-obra capacitada
Nos últimos anos, a agricultura mato-grossense vivenciou um grande avanço tanto em escala quanto em rentabilidade. E essa tendência possibilitou ao produtor rural a fazer novos investimentos dentro da propriedade. De acordo com um estudo inédito do In
Nos últimos anos, a agricultura mato-grossense vivenciou um grande avanço tanto em escala quanto em rentabilidade. E essa tendência possibilitou ao produtor rural a fazer novos investimentos dentro da propriedade.
De acordo com um estudo inédito do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), intitulado ‘Pesquisa sobre a Mecanização Agrícola em Mato Grosso’, tabulado neste ano a pedido do Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), um dos focos principais de investimento foram as máquinas. O número acumulado em vendas de colheitadeiras entre 2009 e 2013 cresceu 90% em relação ao concentrado dos cincos anos anteriores.
Outro exemplo significativo para os empresários foram a vendas de tratores de rodas. O número apontado em consumo é ainda maior para o mesmo período, registrando um acréscimo de 107%. Conforme a pesquisa, de 2004 a 2008 as vendas acumuladas foram de 7.318. Já de 2009 a 2013 foram 15.183.
O gestor de projetos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca Ferreira, comentou que essa renovação do parque de máquinas no Estado trouxe uma série de novas oportunidades para os produtores, com o destaque a automação necessária para a realização da agricultura de precisão.
“O número foi bastante impactante porque os produtores começaram a realizar este tipo de trabalho há cinco anos e já representa 42% em todo o Estado. Isso significa para o Imea, que os produtores principalmente aqueles que focaram os investimentos em eficiência estão consolidando essas novas práticas”, disse.
Entre as estratégias de precisão, que estão sendo adotadas pelos produtores e que foram questionadas no levantamento realizado pelo Senar estão: fertilidade (41%), mapa de colheita (18%), mapa de pragas, doenças e plantas daninhas (15%), aplicação por taxa variável (36%) e aplicação por zona de manejo (36%).
“Sabemos que cada solo tem um número certo de fertilizante a ser usado. Mas, a região oeste foi a que mais apresentou o maior percentual de agricultura de precisão com 54%. Agora o que queremos é que outros tipos de agricultura de precisão, como por exemplo, do mapa da colheita e de pragas consiga o mesmo patamar que a do mapa de fertilizante, porque também é importante”, afirmou.
MÃO-DE-OBRA
Embora o dado expressivo da presença de práticas da agricultura de precisão em 42% das lavouras do Estado, a grande maioria dos agricultores entrevistados no estudo aponta que não utilizam os maquinários com toda a capacidade em virtude da falta de mão-de-obra qualificada para tal. Ao menos 88% deles alegam ser a falta de profissionais capacitados o principal gargalo para adotarem esses novos processos de produção.
A pesquisa também revela que os trabalhadores que operam os maquinários de ponta nas fazendas receberam somente o treinamento das empresas que venderam os equipamentos. Com isso, o nível de satisfação desses funcionários com os cursos recebidos não atinge 50% deles em nenhuma região do Estado.
Por isso, o presidente do Senar Rui Prado, afirmou que para atender toda essa demanda que o Estado tem a instituição está aumentando o número de turmas, cursos e instrutores.
“Os grandes produtores precisam de pessoas capacitadas para operar as máquinas que foram compradas. Não adianta nada ter um equipamento de alta tecnologia e não ter devida eficiência para executar a mesma. E nós precisamos buscar parceria com todos os Sindicatos Rurais de Mato Grosso para proporcionar capacitação. A nossa expectativa é capacitar um milhão de pessoas até 2020 para suprir toda essa demanda”, informou o presidente.
Neste ano, conforme Rui, está previsto o início do curso ‘Qualificação em Agricultura de Precisão’. O programa terá uma capacitação de 120 horas destinada a pessoas que nunca atuaram no mercado da agricultura de precisão.
A capacitação será dividida em três etapas que vão desde o conhecimento da tecnologia até a fase de reconhecer os indicadores gerados por ela para realizar o gerenciamento dessas informações.
PESQUISA
A pesquisa foi realizada por amostragem durante o quarto trimestre de 2014, com questionário aplicado a 318 produtores do Estado em 59 municípios, responsáveis pelo equivalente a 8% da área de soja de Mato Grosso.
FONTE: HIPERNOTÍCIAS
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