Sepse é contraída fora de hospitais em 70% das vezes, diz pesquisa
Doença, que já foi chamada de septicemia, é reação exagerada do organismo a infecção. Risco de morte de um paciente chega a 50% em seis horas.
Uma pesquisa do Instituto Latinoamericano de Sepse (Ilas) mostra que a maioria da população nunca ouviu falar de sepse. A doença já foi chamada de septicemia. O que muita gente não sabe também que é o paciente desenvolve mais sepse fora do ambiente hospitalar.
A pedagoga Vivian Dias Camargo de Oliveira faz um bolo dos deuses. Mas não é por isso que comemora dois aniversários. Quando o filho era ainda um bebê, ela nasceu de novo nas mãos dos médicos. “Fiquei cinco dias na UTI, fui colocada em coma induzido, tive parada cardiorrespiratória. Eu sentia dor no corpo, principalmente nas pernas. No joelho, como se fosse uma fraqueza, um cansaço”, relembra ela
Quando o marido saiu para trabalhar de manhã, a mulher estava bem. Quando chegou no hospital à noite, ela estava em coma internada na UTI. O que a Vivian teve foi sepse -- uma reação exagerada do organismo a uma infecção. Com os sinais vitais desestabilizados, o risco de morte de um paciente chega a 50% em seis horas.
"Uma diminuição dos níveis de pressão arterial, assim como o aumento da frequência cardíaca e respiratória são sinais que já alertam a possibilidade de uma disfunção, de uma alteração frente a essa infecção”, diz o médico infectologista do hospital Emílio Ribas Jean Gorinchteyn.
Parece coisa que a gente pega no hospital, né? Depois de uma intervenção cirúrgica ou de um longo período de internação. Mas não. Os dados do Instituto Latinoamericano de Sepse (Ilas) indicam que só 30 a 40% dos casos vêm do hospital, 60 a 70% das pessoas com sepse desenvolveram a doença a partir de bactérias, vírus e fungos contraídos fora do ambiente hospitalar.
O Ilas fez uma pesquisa em 134 municípios brasileiros e apurou que 86% das pessoas nunca ouviram falar da doença. Isso explica porque tanta gente morre disso por aqui.
“O termo antigo era septicemia, que dava a impressão, inclusive a nós médicos de que fosse uma infecção generalizada. Que aquela bactéria, aquele vírus estivesse agindo de forma generalizada. Hoje nós sabemos que isso não é uma verdade. A nomenclatura é sepse, que nada mais é que uma resposta inflamatória generalizada, mesmo que a infecção esteja localizada no trato urinário ou no trato respiratório”, completa o médico.
Para Vívian, são dois aniversários, de nascimento e de renascimento. O segundo aconteceu há onze anos, no dia primeiro de junho de 2006.
Fonte: G1
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