Rede pública fica sem remédios para infecções em pacientes com Aids
Pacientes com Aids que recebem medicamentos no Sistema de Assistência Especializada (SAE), em Macapá, reclamam que estão faltando remédios para tratamento de infecções oportunistas, que são aquelas que atacam o organismo aproveitando a fragilidade
Pacientes com Aids que recebem medicamentos no Sistema de Assistência Especializada (SAE), em Macapá, reclamam que estão faltando remédios para tratamento de infecções oportunistas, que são aquelas que atacam o organismo aproveitando a fragilidade do sistema imunológico dos soropositivos.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) reconheceu a falta dos medicamentos, mas informou que o processo de compra de um novo lote de remédios está em fase final. Ainda não há uma previsão de quando os produtos estarão disponíveis.
A presidente da Associação de Amigas e Mulheres Amapaenses Posithivas (Amaph), Márcia Pinheiro, diz que na terça-feira (2), após sair de uma consulta médica, tentou solicitar medicamentos para tratar uma infecção, mas foi informada de que o remédio não estava disponível.
"Eles não têm nenhum tipo de medicamento para combater as doenças oportunistas. Muito menos tratamento, e, com isso, os pacientes ficam mais vulneráveis à morte, pois nem todos têm condições de comprar o remédio. Não vou deixar de lutar e reclamar sobre isso", disse.
O paciente Jorge Lobato, de 20 anos, disse não ter conseguido, na quarta-feira (3), medicamentos para curar uma alergia na pele, que surgiu na semana passada. Ele falou que sente a falta dos remédios há cerca de 2 meses.
"Essa é a segunda vez que eu tento pegar um medicamento no SAE, mas eles nunca estão disponíveis. Precisamos tomar esses remédios para continuar nosso tratamento, se não a situação fica mais crítica", lamentou.
Os medicamentos são fornecidos gratuitamente a pessoas cadastradas no SAE. De acordo com Márcia Pinheiro, pelo menos 10 tipos de remédios estão em falta.
"São antibióticos, alguns vendidos em farmácias, mas a maioria com dificuldade de se encontrar, por serem medicamentos utilizados para uma doença específica; e, quando encontrados, são caros, de modo que os mais humildes não conseguem comprá-los", disse.
A Sesa completou que devido ao estoque escasso no Ministério da Saúde, há meses que a quantidade no Amapá vem abaixo do solicitado. Não há previsão para que a situação seja normalizada, em nível nacional.
Fonte: G1
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